O plicoma anal é um excesso de pele que aparece na região de fora do ânus, apresenta-se de tamanhos variados como 3 milímetros até grandes plicomas de 3 a 4 centímetros, podem ser únicos ou múltiplos ao redor do ânus. Normalmente, isso acontece quando a região anal sofre com uma inflamação no local (seja ela causada por fissura anal, hemorroidas, pós-operatórios na região ou outras doenças anais) e após essa inflamação e cicatrização, o local desincha e a pele não volta ao normal, o ânus fica com uma saliência, excesso ou sobra de pele murcha.
Na maioria dos casos não causa dor anal e são percebidos durante a higienização do ânus ou ato sexual. No entanto, em alguns casos, essa pele em excesso pode causar coceira e contribuir para o acúmulo de resíduos de fezes dando a sensação de estar com ânus sujo mesmo após higiene adequada. O plicoma anal é mais comum em pessoas com intestino preso, mulheres durante ou após gravidez e obesos.
Qualquer patologia que leva a uma inflamação com inchaço do ânus ao se resolver tende a deixar como cicatriz residual o plicoma anal, que é visto e sentido pelo paciente como um excesso ou “prega” de pele.
O plicoma anal é uma patologia benigna do ânus, não tem chance de evoluir para o câncer anal, porém traz desconforto estético e incomodo ao se realizar a higiene da região perianal, pois o ânus fica constantemente com resíduo e quando não é bem limpo pode causar coceira, irritação e assadura. Também é comum pequenos sangramentos nas peças intimas pelo constante atrito do plicoma com a cueca/calcinha do paciente.
Apesar do próprio paciente ser capaz de ver e sentir o plicoma, já que este é localizado na parte externa do ânus, é importante realizar consulta com médico coloproctologista, especialista nas doenças anais, para que esse possa realizar a anuscopia e afastar outras causas de doença na região anal e perianal, como o HPV anal.
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O tratamento é essencialmente cirúrgico. Não existe pomada ou remédio para regredir esse excesso de pele. Caso o paciente não tenha queixa estética e nem outros desconfortos em relação ao plicoma não existe necessidade da retirada deste, apenas se orienta os cuidados com a higiene e se tranquiliza quanto a não progressão para o câncer.
Já para os pacientes que desejam retirar o plicoma, a boa notícia é que a cirurgia apresenta uma baixa complexidade e é menos dolorosa que as cirurgias de fissura e hemorroidas. Pode ser realizada com anestesia local e sedação ou raquianestesia e sedação com alta para casa no mesmo dia da cirurgia. Não precisa de preparo intestinal, somente jejum pré-operatório para que possa ser realizada a sedação com segurança anestésica.
A técnica cirúrgica é relativamente simples com a retirada da sobra de pele, porém quando existem vários plicomas ou a queixa estética é o que realmente incomoda o paciente deve-se realizar uma pequena plástica anal, com aproximação de bordas e pequenas rotações de retalhos de pele, fazemos a plástica anal de forma bem minuciosa e com técnica delicada para que fique o mais natural possível! O sangramento é mínimo e por tratar-se de uma região pequena e externa ao ânus, a recuperação segue de forma tranquila, sem maiores incômodos.
É importante lembrar que, algumas vezes, o plicoma anal é só a ponta do iceberg. Devemos tratar o que causou ou está causando a inflamação da região anal, caso contrário entraremos novamente no ciclo vicioso: inflamação – inchar –resolução- desinchar- excesso de pele. Além dos cuidados básicos com alimentação adequada rica em fibras, redução do consumo de ultra processados e farináceos, hidratação diária adequada, tudo isso para manter o hábito intestinal saudável o que é fundamental para o controle e a prevenção das doenças anais.
Atente-se em procurar profissional com título de especialista da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, uma forma fácil de consultar isso é entrar no site do conselho regional de medicina do seu estado e checar o registro do título de especialista na área.