O cisto pilonidal atrapalha muito a vida do paciente. Vamos entender o que contribui para sua formação e quais os seus sintomas.
Também chamado de cisto sacrococcígeo ou simplesmente de cisto no cóccix ou doença pilonidal, o cisto pilonidal é um problema crônico. Nele, se forma um nódulo ou cisto inflamado envolvido por um tipo de “membrana”. Ela tem como conteúdo interno pêlos e restos de pele, além de partes de glândulas sebáceas e sudoríparas.
Os casos de cisto pilonidal são mais comuns entre jovens de 15 a 30 anos. Muitas vezes sua primeira aparição é após a puberdade. Isso porque, normalmente, nessa idade os folículos pilosos são mais amplos e produzem mais sebo. Porém, não é incomum observarmos pacientes em idade acima de 35 ou 40 anos.
Os homens respondem por 80% dos diagnósticos. Pessoas que permanecem muito tempo sentadas de forma inadequada, ou pessoas obesas possuem maior propensão a desenvolver o cisto pilonidal. Além deles, quem tem o sulco interglúteo entre as nádegas mais profundo ou excesso de pêlos na região do cóccix tem mais chances de ter a doença.
Entende-se que existe a influência dos hormônios sexuais nas glândulas sebáceas e o atrito crônico da pele na região afetada.
Esses hormônios colaboram com a distensão dos folículos e o aumento da produção de queratina, que é uma proteína presente nos cabelos e pelos.
Ao mesmo tempo, a região pode passar por um trauma, causando inflamações repetidas dos folículos pilosos, isso cria aos poucos um ambiente fechado com acúmulo de restos de pele, pêlos, sebo e cria um ambiente propício para a proliferação bacteriana de um germe que habita normalmente nossa pele: o Staphylococcus aureus. Assim acontece a formação do abscesso pilonidal, uma “bola de pús”, que causa bastante dor e desconforto nos pacientes.
Alguns autores associam, ainda, a formação do cisto pilonidal com a formação de pelos encravados, porque os fios não conseguem atravessar as camadas superficiais da pele e se curvam e penetram novamente no folículo piloso. Por essa razão, eles continuam crescendo e causam uma inflamação local.
O cisto pilonidal pode permanecer assintomático por um tempo, quando não inflamado. Mas, quando ocorre a inflamação, o nódulo aumenta de tamanho e tende a ficar bem vermelho, quente e doloroso. Isso causa desconforto, principalmente quando existe pressão, como no uso de roupas apertadas ou quando o paciente permanece muito tempo sentado.
Sem o tratamento correto, a dor não vai parar. Na verdade, é necessário cessar o processo de inflamação por meio de um tratamento adequado, visto que, sem isso, a patologia só irá progredir. O ideal é procurar um coloproctologista experiente que possa te proporcionar todas as opções de tratamento, inclusive as minimamente invasivas
Técnicas minimamente invasivas podem ser utilizadas no tratamento do cisto pilonidal com excelentes resultados. Contudo, é essencial lembrar de que cada caso é um caso e apenas um médico especialista poderá realizar uma avaliação criteriosa para determinar qual será a melhor opção para o seu tratamento.
A drenagem deveser feita pelo cirurgião, que fará uma pequena incisão da pele, utilizando anestesia. Isso pode ser feito no consultório ou no hospital, e a recuperação se dá em poucos dias.
Porém, vale reforçar que essa solução é temporária! Depois da drenagem induzida, o paciente deve procurar assistência especializada para tratamento definitivo.
Sim! O tratamento definitivo é feito com cirurgia e a remoção da membrana que reveste o cisto. Além disso, também é preciso remover os pelos e os restos de pele que se encontram dentro do cisto na região sacral.
Nesta técnica, primeiro os trajetos do cisto serão limpos, retirando-se toda secreção, pêlos e restos celulares. Na sequência é introduzida a fibra de laser radial de DIODO dentro das paredes do cisto e todas as suas ramificações, realizando a fototermoablação, que cauteriza e sela o cisto por dentro.
O orifício do cisto pilonidal e os túneis das suas ramificações são destruídos e colabam, exercendo o efeito de fechamento e cicatrização da região.
Vale ressaltar que o efeito de remodelação tecidual do laser pode persistir por 3 a 6 meses após o procedimento realizado, tendo em vista o efeito a médio e longo prazo do estímulo do crescimento de novas células.
O uso do laser no cisto pilonidal também pode ser combinado com outras técnicas como o EPSiT para a otimização de resultados pós-operatórios e melhor recuperação do paciente.
Inúmeros pacientes já se beneficiaram desta técnica com menos trauma cirúrgico e melhor recuperação pós-operatória.
Assista o VÍDEO com a explicação completa do uso do LASER para cisto pilonidal.
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Outra técnica que vem ganhando espaço é o tratamento endoscópico minimamente invasivo do cisto pilonidal, ou EPSiT, que consiste na aplicação de um instrumento óptico fino conectado a uma microcâmera, o que possibilita a visualização do cisto internamente.
Por dentro do aparelho, é possível, ainda, passar instrumentos cirúrgicos como o eletrocautério, pinças e escovas. Assim, é possível realizar a limpeza de todo o conteúdo do cisto (pus, pelos e fragmentos de tecidos).
Não é necessário a abertura da pele. A técnica apresenta vantagens como uma recuperação mais rápida, com menor dor pós-operatória, cicatrização mais rápida e um retorno precoce às atividades laborais.
Os resultados cirúrgicos são promissores. Estudos recentes demonstram que há cicatrização completa e taxa de recorrência baixa. Mas, como qualquer tratamento médico, as possibilidades e técnicas cirúrgicas devem ser discutidas e avaliadas individualmente.
A cirurgia de remoção do cisto pilonidal com fechamento da ferida é uma opção. Nela, abre-se a pele, retira-se o cisto, raspa-se a região com infecção crônica pelo cisto e fecha-se a ferida.
Para tanto, é utilizada a pele ao redor da região sacral, para conseguir fazer a sutura e fechamento da área ferida. Isso é feito por meio de retalho de avanço da pele e tecido subcutâneo.
Em alguns casos, é utilizado curativo a vácuo para acelerar a cicatrização e facilitar os cuidados em casa. Assim, evita-se precisar ficar trocando de curativo todos os dias.
Essa é uma doença comum na população e, embora seja muito desconfortável, inclusive em termos de tratamento, não costuma trazer complicações graves para a saúde.
Mas, é preciso ter atenção. Não tratar ou ignorar o cisto pilonidal pode resultar em câncer de pele, do tipo carcinoma.
Não é comum que isso aconteça, todavia, é importante pontuar que, mesmo rara, a possibilidade existe. Sendo assim, procure tratamento!
O paciente com doença pilonidal deve manter a região acometida sem pêlos, mesmo que não tenha sintomas ou que já tenha operado. A presença dos pelos no local aumenta a chance de novos cistos.
A retirada dos pêlos raspando com lâmina deve ser evitada pela chance de machucar a pele, o que pode facilitar a entrada de pêlos na ferida. Por isso, prefira a depilação a laser, um método permanente e efetivo na prevenção do cisto pilonidal.
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