Fístula anal é um caminho aberrante comunicando de um lado o canal anal e do outro a pele ao redor do ânus. Na grande maioria dos casos, essa passagem é causada por uma infecção e consequente inflamação crônica de uma glândula anal, criando um verdadeiro túnel que conduz secreção de muco, pus e restos de fezes.
Vídeo detalhado com explicação do uso de LASER na fístula anal.
Por meio de esforços em cuidados pós-operatórios e pesquisa, os cirurgiões colorretais desenvolveram uma familiaridade meticulosa da anatomia da região anorretal e a complexa fisiopatologia da fístula anal e seus subtipos. Além disso, nos últimos anos, houve desenvolvimento de novas tecnologias e técnicas cirúrgicas para tratar essa doença, que possui um risco de incontinência fecal e de recorrência.
Dentre as opções para tratamento cirúrgico da fístula anal, 3 técnicas minimamente invasivas têm crescido e ganhado mais espaço em nosso leque de opções terapêuticas, são elas: LASER de DIODO, VAAFT (video-assisted anal fistula treatment) e Autotransplante de células-tronco derivadas de tecido adiposo autólogo. Neste texto, vamos descrever a técnica do laser de diodo.
A utilização do laser para fechamento de feridas de difícil cicatrização tem sido aplicada em várias especialidades médicas, portanto, há alguns anos a coloproctologia passou a estudar e aplicar essa tecnologia.
1.Primeiro é realizada a limpeza intensa dos resíduos internos do trajeto da fístula, com raspagem e curetagem das paredes internas;
2. A partir do momento que está limpo, podemos introduzir a fibra de laser de diodo ou antes disso cateterizar com uma microcâmera para estudar melhor o trajeto para verificar se não sobraram residuos ou trajetos secundários. Essa técnica associada da câmera chama-se VAAFT;
3. A introdução da fibra de poucos milímetros de diâmetro através do(s) orifício(s) progride até atingir o orifício interno da fístula;
3. O Laser de diodo é acionado produzindo uma energia radial de forma intermitente ou contínua até cauterizar toda a parte interna das paredes do caminho da fístula, desidratando e colabando o seu interior, o que fecha todos os orifícios.
É importante salientar, que o efeito de fechamento e cicatrização do laser pode persistir por mais 3 a 6 meses após o procedimento realizado, tendo em vista o efeito prolongado de estímulo de regeneração celular que o laser cria.
O uso do laser para fístula anal pode ser combinada com outras técnicas para otimização de resultados pós-operatórios e mais rápida recuperação do paciente.